Nossa história


O Ilê Omolu e Oxum foi fundado pela Iyalorixá Meninazinha de Oxum 1968, inicialmente na Marambaia para no ano de 1972 transferir-se e instalar-se por definitivo no bairro de São Matheus, em São João de Meriti.

Sensível às necessidades de seus filhos e filhas de santo, bem como da comunidade do entorno, no ano de 1988 o Ilê Omolu e Oxum constituiu-se numa sociedade civil com a finalidade de organizar um núcleo administrativo que possibilitasse a representação jurídica da comunidade-terreiro frente aos órgãos governamentais e não-governamentais. Tal representação tem como intuito validar a implantação de projetos em prol do desenvolvimento social, cultural, econômico e político da região onde a comunidade-terreiro está instalada.
Desde então, a Sociedade Civil Religiosa Ilê Omolu e Oxum vem desenvolvendo projetos com recursos financeiros e humanos próprios, também em parceria com outras instituições sociais comprometidas com a luta contra todo tipo de injustiça social, em particular contra a intolerância religiosa e as desigualdades de gênero e raça. Assim, os projetos em geral estão voltados para atender mulheres, negros, jovens, pessoas de classes populares que correspondem ao perfil da comunidade do entorno.
As atividades sociais iniciaram-se com a criação de um consultório médico com serviços de clínica geral e ortopedia gratuitos, bem como o consultório de psicologia e atendimento jurídico contaram com recursos humanos e financeiros próprios do Ilê Omolu e Oxum, cujos filhos e filhas de santo se disponibilizavam rotativamente para atender a comunidade do entorno.
Na parte cultural, destacou-se a realização de cursos  de yorubá, dança afro, exibição de filmes com enfoque em temas que abordam as relações raciais e de gênero, sociedade e cultura afro-brasileiras, religião e meio-ambiente, etc.
Como ação sócio-cultural, outro de seus projetos mais importantes foi a criação de um centro de documentação e pesquisa sobre sociedade e cultura afro-brasileiras, chamado Memorial Iyá Davina, construído com o apoio da Lei de Incentivo à Cultura, da Secretaria de Esporte e Lazer do Município de São João de Meriti, e, sobretudo, dos amigos do Ilê Omolu Oxum. Constitui-se num núcleo de pesquisa e documentação, aberto à visitação pública, que abriga acervo material (objetos, fotografias, desenhos, certidões e textos) referente à religião dos orixás e à formação das primeiras comunidades-terreiro de candomblé no Rio de Janeiro.
A gravação do CD ILÊ OMOLU OXUM: Cantigas e Toques para os Orixás, que faz parte da Coleção Documentos Sonoros realizada pelo Museu Nacional/UFRJ, registra algumas das cantigas entoadas nos rituais públicos do terreiro; foram gravadas 45 cantigas (instrumentos e canto), quatro toques (somente instrumentos) e duas saudações (somente canto). Com ele, preservamos elementos da memória e marcadores da identidade afro-brasileira que representam o vigor da tradição oral africana.
Atento à carência econômica da região, O Ilê Omolu e Oxum vem desenvolvendo projetos voltados para o desenvolvimento econômico e político através da realização de cursos  voltados para a capacitação profissional e geração de renda que tem como valor o conceito de empreendedorismo social e direitos de participação cidadã.
Assim, realizou dentro do Projeto de Capacitação Profissional para Jovens em Risco Social do Programa Comunidade Solidária cursos de artesanato e culinária, corte e costura, marcenaria e ladrilharia.
Com o apoio da Cese - Coordenadoria Ecumênica de Serviço, deu continuidade às aulas de artesanato e culinária que são acompanhadas de discussão e debates de temas afetos à realidade da comunidade do entorno.
Durante esse ano de 2008, dentro do Projeto Programa IYA AGBA de apoio às Casas Matrizes Africanas, patrocinado pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres do governo federal, o Ilê Omolu e Oxum capacitou mais de  50 mulheres ministrando cursos de Culinária e Artesanato, e, Direitos Humanos e Cidadania. Também, visando à assistência social,  temos dado continuidade à distribuição de  cestas básicas oportunizadas pelo Programa Fome Zero, do governo federal, que atende a população das comunidades de terreiro,no Ilê omolú e Oxum funciona o projeto Obínrín Odara, com cursos gratuitos voltados para geração de renda.
Por fim, tomando consciência da necessidade de participação ampliada das comunidades de terreiro nos diversos espaços sociais levou o Ilê Omolu e Oxum a estabelecer parcerias com diversas organizações da sociedade civil, tais como movimento negro, movimento de mulheres, movimentos religiosos, tendo participação em duas principais redes sociais: Iyá Àgbá – Rede de Articulação de Mulheres Negras Frente à Violência, que visa contribuir com a redução da violência intrafamiliar e urbana que atinge as mulheres, em particular as mulheres negras, através do processo de empoderamento destas; e, a Rede Nacional de Religiões Afro-brasileiras e Saúde que trabalha na perspectiva de construção de políticas públicas para a saúde do povo de terreiro e tem como missão a luta pelo direito humano à saúde com ênfase nas questões de gênero e raça.
Hoje a casa é ponto de cultura (projeto do Ministério da Cultura), com trabalhos culturais para preservação, valorização e divulgação da cultura Afro-Brasileira.